Na última quinta-feira (10), o CIFAL Curitiba e o Sistema Fiep realizaram a segunda edição do Fórum de Transparência e Competitividade, cujo objetivo é promover o diálogo sobre o papel das empresas e da sociedade na prevenção e combate à corrupção. O evento ocorreu das 14h00 às 21h00, no Campus da Indústria, e contou com uma programação ampla e diversa dentro do tema da transparência, atraindo um público de mais de 1600 pessoas.
O Presidente do Sistema da Federação das Indústrias do Paraná, Edson Campagnolo, e o Gerente Sênior do Programa Descentralizado de Cooperação do UNITAR – Diretor Global da Rede CIFAL -, Alex Mejia, abriram o evento, destacando as graves consequências da corrupção nas organizações.
Impactos da corrupção nas empresas
A palestra de abertura do Fórum foi proferida pelo jornalista William Waack, que apresentou sua perspectiva sobre a conjuntura da corrupção no Brasil, trazendo os diversos aspectos da crise política no país e seu impacto nas organizações, em especial, nas organizações empresariais. Durante sua fala, Waack avaliou o impacto dos casos de corrupção revelados nos últimos anos na competitividade e crescimento econômico do Brasil.
Gestão Organizacional e corrupção
Após a fala inicial, William Waack mediou o painel “A Gestão Organizacional em face da corrupção”, no qual participaram como painelistas Paulo Stark, CEO da Siemens; André Oliveira, presidente da Rede Brasileira de Pacto Global e diretor jurídico, de impostos e de seguros do Grupo Basf para a América do Sul; Jafte Carneiro, diretor jurídico da Neodent; e Alex Mejía, gerente Sênior do Programa de Cooperação Descentralizada e Agenda 2030 e Diretor da Rede CIFAL Global do Instituto das Nações Unidas de Treinamento e Pesquisa (Unitar).
Durante a discussão, foram ressaltados aspectos importantes para o combate à corrupção, sejam ações preventivas ou de remediação. Entendendo que as práticas corruptivas são um tema pessoal, não apenas institucional ou político, como destacou o Sr. Alex Mejía, a educação, em todas as esferas das empresas, é uma ferramenta imprescindível para promover boas práticas e condutas responsáveis nas organizações. Além disso, a necessidade de criar estratégias para identificar atos de corrupção nas empresas, a fim de coibir tais ações, foi elencada como uma ação complementar às medidas preventivas, a fim de construir um ambiente íntegro e transparente para os negócios.
O Sistema Anticorrupção
O segundo painel de debate teve como tema “O Sistema Anticorrupção e a responsabilidade das empresas e gestores” e contou com outros especialistas no tema. Estiveram presentes no painel o desembargador Dr. Edson Luiz Vidal Pinto; o advogado e industrial, Dr. Levi Ceregato; e o professor da USP, Dr. Modesto Carvalhosa, tendo mediação do Presidente do Instituto dos Advogados do Paraná e conselheiro Federal da OAB, Dr. José Lucio Glomb.
As explanações, nesta ocasião, apresentaram uma perspectiva jurídica do tema da corrupção no Brasil. Durante as discussões, a relação entre agentes públicos e empresários foi elencada como um dos graves problemas da dinâmica política no país. Para Dr. Carvalhosa, o combate à corrupção deve necessariamente considerar essa relação, sendo fundamental que haja fiscalização nos contratos e a quebra dessa interlocução.
Dr. Modesto Carvalhosa
Corrupção, empresas e controle
O encerramento da programação do II Fórum de Transparência e Competitividade contou com a palestra do Juiz Federal Sérgio Moro, que destacou o impacto da corrupção sistêmica para o desenvolvimento do país, sendo uma das consequências destacadas por Moro, o afastamento de investidores externos. Para o Juiz Federal, o enfrentamento da corrupção se dará com o fortalecimento das instituições brasileiras e o desenvolvimento de uma nova cultura no âmbito empresarial, contrário às práticas de corrupção.