14/03/2016

CIFAL Curitiba e Sistema Fiep realizam II Fórum de Transparência e Competitividade

Na última quinta-feira (10), o CIFAL Curitiba e o Sistema Fiep realizaram a segunda edição do Fórum de Transparência e Competitividade, cujo objetivo é promover o diálogo sobre o papel das empresas e da sociedade na prevenção e combate à corrupção. O evento ocorreu das 14h00 às 21h00, no Campus da Indústria, e contou com uma programação ampla e diversa dentro do tema da transparência, atraindo um público de mais de 1600 pessoas.

O Presidente do Sistema da Federação das Indústrias do Paraná, Edson Campagnolo, e o Gerente Sênior do Programa Descentralizado de Cooperação do UNITAR – Diretor Global da Rede CIFAL -, Alex Mejia, abriram o evento, destacando as graves consequências da corrupção nas organizações.

Impactos da corrupção nas empresas

A palestra de abertura do Fórum foi proferida pelo jornalista William Waack, que apresentou sua perspectiva sobre a conjuntura da corrupção no Brasil, trazendo os diversos aspectos da crise política no país e seu impacto nas organizações, em especial, nas organizações empresariais. Durante sua fala, Waack avaliou o impacto dos casos de corrupção revelados nos últimos anos na competitividade e crescimento econômico do Brasil.

Gestão Organizacional e corrupção

Após a fala inicial, William Waack mediou o painel “A Gestão Organizacional em face da corrupção”, no qual participaram como painelistas Paulo Stark, CEO da Siemens; André Oliveira, presidente da Rede Brasileira de Pacto Global e diretor jurídico, de impostos e de seguros do Grupo Basf para a América do Sul; Jafte Carneiro, diretor jurídico da Neodent; e Alex Mejía, gerente Sênior do Programa de Cooperação Descentralizada e Agenda 2030 e Diretor da Rede CIFAL Global do Instituto das Nações Unidas de Treinamento e Pesquisa (Unitar).

Durante a discussão, foram ressaltados aspectos importantes para o combate à corrupção, sejam ações preventivas ou de remediação. Entendendo que as práticas corruptivas são um tema pessoal, não apenas institucional ou político, como destacou o Sr. Alex Mejía, a educação, em todas as esferas das empresas, é uma ferramenta imprescindível para promover boas práticas e condutas responsáveis nas organizações. Além disso, a necessidade de criar estratégias para identificar atos de corrupção nas empresas, a fim de coibir tais ações, foi elencada como uma ação complementar às medidas preventivas, a fim de construir um ambiente íntegro e transparente para os negócios.

O Sistema Anticorrupção

O segundo painel de debate teve como tema “O Sistema Anticorrupção e a responsabilidade das empresas e gestores” e contou com outros especialistas no tema. Estiveram presentes no painel o desembargador Dr. Edson Luiz Vidal Pinto; o advogado e industrial, Dr. Levi Ceregato; e o professor da USP, Dr. Modesto Carvalhosa, tendo mediação do Presidente do Instituto dos Advogados do Paraná e conselheiro Federal da OAB, Dr. José Lucio Glomb.

Dr. Edson Luiz Vidal Pinto

Dr. Levi Ceregato

As explanações, nesta ocasião, apresentaram uma perspectiva jurídica do tema da corrupção no Brasil. Durante as discussões, a relação entre agentes públicos e empresários foi elencada como um dos graves problemas da dinâmica política no país. Para Dr. Carvalhosa, o combate à corrupção deve necessariamente considerar essa relação, sendo fundamental que haja fiscalização nos contratos e a quebra dessa interlocução.

Dr. Modesto Carvalhosa

Dr. José Lucio Glomb

Corrupção, empresas e controle

O encerramento da programação do II Fórum de Transparência e Competitividade contou com a palestra do Juiz Federal Sérgio Moro,  que destacou o impacto da corrupção sistêmica para o desenvolvimento do país, sendo uma das consequências destacadas por Moro, o afastamento de investidores externos. Para o Juiz Federal, o enfrentamento da corrupção se dará com o fortalecimento das instituições brasileiras e o desenvolvimento de uma nova cultura no âmbito empresarial, contrário às práticas de corrupção.

  • Fonte: CIFAL Curitiba / Foto: Agência Fiep - Gelson Bampi